Cada novo paciente é como uma nova floresta a ser desbravada.
Há riscos, há medo do que possa ser encontrado no caminho.
Há suspense, há rastros e pegadas de quem por ali ja passou.
Há curiosidade e há possibilidades.
Há flores e frutos de diversas espécies.
Há o frio na barriga em cada passo.
Assim como na floresta, não sabemos o que vamos encontrar
Por isso percorremos o caminho com toda atenção e cuidado
Cada passo errado pode ter uma grande consequência
Não é fácil
Tão pouco difícil
Não há como mensurar
Mas existe algo que posso afirmar:
cada novo encontro proporciona o que apenas encontros podem proporcionar:
vínculos
Talvez seja por isso que eu tenha tanto medo desse primeiro contato com um novo paciente
Vínculos sempre me aterrorizaram
e na agridoce ironia da vida
o meu principal instrumento de trabalho é um bom e forte vínculo terapêutico.